Festival Primeiro Olhar
Com programação formada por teatro para bebês e crianças de até cinco anos de idade e diversas atividades, evento ocupa o anexo do Museu da República entre 1º e 17 de agosto – além de promover ações exclusivas para públicos de creches e instituições de acolhimento
Criado em Brasília e consolidado como o principal evento internacional de artes cênicas para a primeira infância (de zero a cinco anos) no Brasil, o Festival Primeiro Olhar chega à 11ª edição entre 1º e 17 de agosto de 2025, no Museu da República, com realizadores da Catalunha (Espanha), França, Distrito Federal e São Paulo, em espetáculos, oficinas e vivências.
Idealizado pela atriz e pesquisadora Clarice Cardell, o Primeiro Olhar fez escola ao inspirar a criação de trabalhos dedicados a este público por outros artistas. Segundo a atriz, “promovemos o festival com o objetivo de sensibilizar e formar novas plateias para as artes, por meio de uma programação gratuita, que vai de encontro às pessoas, e 100% dedicada a um público bem específico”, detalha Clarice, que também assina a curadoria do evento. Outro destaque da programação é a realização de atividades – com metodologia adaptada às necessidades próprias desta faixa etária – que incentivam a interação entre crianças, familiares e comunidades escolares.
A 11ª edição do Festival Primeiro Olhar é realizada com patrocínio da Neoenergia e do Instituto Neoenergia, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal (LIC), e com apoio do Instituto Ramón Llull e da Embaixada da França.
A programação chega ainda, entre 1º de agosto e 3 de setembro, à Ceilândia, Sol Nascente, Samambaia, Planaltina e Paranoá com atividades e apresentações para professores da educação infantil, mulheres vítimas de violência ou bebês prematuros. A partir de 21 de agosto, o festival segue circulando por Candangolândia e Núcleo Bandeirante, em atividades realizadas com patrocínio do FAC.
A programação aberta ao público, em 2 e 3 de agosto (sábado e domingo), contempla a estreia da coprodução Brasil-França, entre as companhias Théâtre de Cuisine e Primeiro Olhar, da obra “Os peixes não falam”. Na tarde de 2 de agosto, uma palestra em parceria com a Associação Lacaniana de Brasília, a diretora francesa Katy Deville e a psicóloga baiana Claudia Mascarenhas, aborda a temática do teatro e a origem da linguagem na primeira infância. No mesmo fim de semana, o público pode conferir a exposição Dentro Afora, do Coletivo Morada, e a vivência Caminhos Sensíveis, com a artista francesa Julia Morlot.
Em 9 e 10 de agosto, é a vez da peça “Mandrin”, da companhia francesa Un Confetti sur la Branche; e, no fim de semana seguinte, 16 e 17 de agosto, o Grupo Sobrevento (SP) apresenta a obra “A casa que espera”, recentemente premiada pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes). Também nos dias 16 e 17, a coprodução entre as companhias El Petit (Argentina) & Imaginart (Catalunha/Espanha) leva ao palco a vivência “O covil dos sentidos”.
As sessões são realizadas no anexo do Museu da República sempre às 11h e às 16h, com entrada franca e classificação indicativa livre, recomendada para crianças de zero a cinco anos, mães, pais e familiares, para um público de até 70 pessoas. Os ingressos ficam disponíveis uma hora antes de cada sessão e ainda é possível reservar anteriormente pelo e-mail: primeiroolharingressos@gmail.com
Festival Primeiro Olhar
De 1º a 17 de agosto, no anexo do Museu da República (Setor Cultural Sul, Lote 2, próximo à Rodoviária do Plano Piloto), com espetáculos às 11h e 16h. 11º edição do festival, voltado para o público da primeira infância (zero a cinco anos). Programação: www.primeiroolhar.com. Evento gratuito, com ingressos disponíveis uma hora antes de cada sessão ou, antecipadamente, pelo e-mail: primeiroolharingressos@gmail.com
Sinopses dos espetáculos abertos ao público geral no Museu da República:
Os peixes não falam
Primeiro Olhar (DF)/ Théâtre de Cuisine (França)
2 e 3 de agosto, às 11h e às 16h
“Os peixes não falam” é um espetáculo poético para a primeira infância que explora a linguagem antes da palavra, inspirado na pesquisa do teatro de objetos. Entre gestos, sons e imagens sutis, convida o público a escutar com o corpo e habitar os silêncios. Uma criação da companhia brasileira Primeiro Olhar em parceria com a francesa Théâtre de Cuisine.
Infância, objeto e linguagem
Claudia Mascarenhas (BA), Katy Deville (França), Marcelo Pio da Costa (DF)
2 de agosto, às 17h
Após a estreia do espetáculo, será realizado um debate com a psicanalista Claudia Mascarenhas, o psicanalista e escritor Marcelo Pio da Costa e a diretora francesa Katy Deville para abordar a origem da linguagem sob a ótica da psicanálise e do teatro de objetos, com foco na primeira infância. Uma conversa entre arte e escuta, pensamento e afeto. Atividade realizada em parceria com a Associação Lacaniana de Brasília.
Vivência Caminhos Sensíveis
Julia Morlot (França)
2 e 3 de agosto, às 11h e às 16h
A artista francesa Julia Morlot apresenta uma instalação sensível que combina vegetais do cerrado e argila para criar caminhos poéticos no espaço do festival. A obra convida o público a refletir sobre a tensão entre natureza e cidade, cultivo e coleta. Elementos como sombra, vazio e matéria orgânica constroem uma experiência estética e filosófica. A ação se completa com oficinas sensoriais voltadas à primeira infância.
Exposição Dentro Afora
Coletivo Morada (DF)
1º a 10 de agosto
Dentro Afora é uma exposição multiartística de Gabriel Guirá e Nath Britto que investiga, junto às infâncias, os limites do pertencimento. Com obras autorais e criações feitas com crianças do Brasil e da Itália, a mostra parte da pergunta “O que você vê?” para criar imagens sensíveis. Dobraduras, desenhos e instalações expandem a noção de dentro e fora. Um percurso poético entre arte, memória e imaginação.
Mandrin
Un confetti sur la branche (França)
9 e 10 de agosto, às 11h e às 16h
“Mandrin” é uma performance poética e sensorial onde uma marionete se torna protagonista de uma pintura ao vivo, ao som delicado da clarineta. Criada por Céline Louvet e acompanhada musicalmente por Samuel Doguet, a obra é uma forma nômade e intimista que une artes visuais, manipulação e música. Sem o uso da fala, “Mandrin” convida o público a mergulhar em uma narrativa visual feita de gestos, cores e sons. Uma experiência contemplativa e imaginativa para todas as idades.
A casa que espera
Grupo Sobrevento (SP)
16 e 17 de agosto, às 11h e às 16h
“A casa que espera” é uma poética reflexão sobre pertencimento, memória e afeto. Criada para a primeira infância, acompanha dois personagens em busca da casa que os formou. Por meio de gestos, sons e objetos cotidianos, a peça evoca as heranças afetivas que nos habitam. Uma celebração do lar que levamos dentro de nós.
O covil dos sentidos
El Petit (Argentina) & Imaginart (Catalunha/Espanha)
16 e 17 de agosto, às 11h e às 16h
Uma instalação que convida a descobrir, imaginar e sonhar. Um vilarejo feito de ninhos de tecidos, texturas e cheiros guarda surpresas reveladas por dois seres que ali habitam. Um espaço para se esconder, observar o mundo e encontrar cores, sons e almofadas que falam, riem e cantam. Uma experiência sensorial para toda a família, envolta no aconchego do próprio ninho.
ATIVIDADES PARA PÚBLICOS ESPECÍFICOS:
Residência Artes Cruzadas, Artes Mescladas
Un Confetti sur la Branche (França)
A residência “Mandrin” propõe um processo colaborativo entre artistas franceses e brasileiros para criar uma performance intercultural que une marionetes, pintura, dança e música ao vivo. Voltada para participantes a partir de 14 anos, a proposta envolve oficinas de construção de marionetes em papel, manipulação cênica e criação musical coletiva. Ao longo de cinco dias, o grupo irá compor uma obra original guiada pela diretora Céline Louvet e pelo músico Samuel Doguet. O resultado será apresentado junto ao espetáculo “Mandrin”, celebrando a amizade entre Brasil e França.
Sensacional
Imaginart (Catalunha/Espanha)
“Sensacional” é uma experiência audiovisual imersiva para crianças de 18 meses a três anos. Em um espaço inteiramente branco, com projeções em alta resolução no chão, imagens e sons envolvem os pequenos, que participam vestidos de branco. O espetáculo propõe um mergulho sensorial, lúdico e delicado.
Memória de árvore
Katiane Negrão – Tato Criação Cênica e Psoas e Psoinhas (DF)
“Memória de árvore” apresenta um encontro poético de uma humana com as plantas. Uma relação de afeto, vínculo, respeito e cuidado, por meio de teatro de animação e dança contemporânea. Inspirada em cosmologias ancestrais, memórias da infância e das próprias árvores.
Memória de árvore, oficina com Katiane Negrão (DF)
Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais (CEEDV)
A oficina é um convite a nos percebermos natureza a partir da atenção a nossos sentidos. Com um percurso guiado pela agrofloresta (quintal da escola), tocaremos as plantas, em conexão com a nossa respiração e as batidas do nosso coração. Ao final do percurso, formamos um círculo em uma clareira e ouvimos uma história narrada pela ótica das percepções sensoriais da contadora. Para encerrar o encontro, aproveitamos a roda para ouvir as impressões das crianças.
Uma canção para quem se ama, com Fernanda Cabral (Studio Sereia/DF)
Maternidade do Hospital da Região Leste do Paranoá
Microconcertos idealizados a partir das canções de ninar para mães e bebês prematuros, realizados em maternidades pela cantora, compositora e musicoterapeuta Fernanda Cabral.
Vamos brincando de circo, oficina com Zé Regino (Palhaço Zambelê) (DF)
Casa Abrigo
Atividade voltada para mulheres em situação de acolhimento, acompanhadas de seus filhos. A oficina é dirigida a adultos e crianças e utiliza técnicas da arte da palhaçaria, como autocaricatura, autodeboche, cascatas, malabares, equilíbrio e reação retardada. O objetivo é ampliar o repertório de brincadeiras dos participantes, estimulando a socialização e oferecendo ferramentas para que se divirtam, promovendo o riso a partir da expressão corporal e da criatividade individual.
Atividades em creches da Candangolândia e do Núcleo Bandeirante
Uma cidade de sombras, de La Sala (Catalunha/Espanha)
“Uma cidade de sombras” propõe uma experiência híbrida e sensorial voltada ao público jovem, unindo luz, cores e dança urbana contemporânea. Em um espaço livre e criativo, os participantes constroem uma cidade em constante transformação. A atividade estimula o jogo, a expressão e o aprendizado coletivo. Um convite ao movimento, à imaginação e à experimentação artística.
E as Ideias voam
Animal Religion (Catalunha/Espanha)
“E as ideias voam” é um espetáculo de circo poético e interativo, onde poucos objetos ganham grande protagonismo. Pequenos gestos se transformam em cenas divertidas e cheias de cumplicidade. Luz, corpo e música se combinam de forma única a cada apresentação. Uma experiência sensível e surpreendente em diálogo com o público.
Os peixes não falam
Primeiro Olhar (DF)/ Théâtre de Cuisine (França)
“Os peixes não falam” é um espetáculo poético para a primeira infância que explora a linguagem antes da palavra, inspirado na pesquisa do teatro de objetos. Entre gestos, sons e imagens sutis, convida o público a escutar com o corpo e habitar os silêncios. Uma criação da companhia brasileira Primeiro Olhar em parceria com a francesa Théâtre de Cuisine.
A música é nossa melhor amiga, oficina com Célia Porto (DF)
A oficina propõe oferecer aos professores de creches ferramentas musicais criativas que favoreçam o desenvolvimento integral de bebês e crianças pequenas. Por meio de atividades práticas e lúdicas, a música é apresentada como recurso pedagógico para estimular a criatividade, a expressão e a sensibilidade na primeira infância.
A educação midiática, digital e informacional para professoras do Ensino Infantil, oficina com o professor Fernando Paulino (DF)
O que é educação midiática, digital e informacional? Como usar as tecnologias de informação e comunicação no ambiente e na realidade escolares? Fernando Oliveira Paulino, doutor (2008, com estágio na Universidad de Sevilla) e mestre (2003) em Comunicação pela Universidade de Brasília. Professor em cursos de pós-graduação e graduação na UnB. Professor visitante da TU Dortmund (2020-2021) e da George Washington University (2022). Presidente da Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC) e membro do Capítulo Regional da América Latina e Caribe sobre Alfabetização Midiática e Informacional (Unesco).
O brincar: culturas infantis, identidades e diferenças, oficina com Rosa Chaves (SP)
Oficina destinada a professores, diretores e coordenadores pedagógicos que atuam com bebês e crianças pequenas. Aborda o brincar em diálogo com as culturas infantis numa perspectiva que contemple os marcadores sociais de gênero e étnico-racial. Afirmação de direitos e identidades e olhares brincantes para a docência na primeira infância. Doutora em educação (Unifesp), Rosa foi professora e coordenadora na Rede Municipal de educação durante 34 anos e atualmente trabalha com assessoria e formação voltadas às temáticas relacionadas às infâncias, gênero e educação antirracista.

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