Perda e luto em gestação gemelar
Por Raquel Menezes
Recentemente, Cristiano Ronaldo e Georgina Rodríguez anunciaram a perda de um dos gêmeos que o casal esperava.
Imagem: Reprodução Instagram |
Na semana seguinte, comecei a assistir a série “This Is Us”, que também aborda o tema do luto em gestação gemelar. Rebecca e Jack esperavam trigêmeos, mas na hora do parto descobriram que apenas dois bebês estavam vivos. É aí que o médico (que também perdeu um filho) conversa com Jack sobre o luto gestacional.
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Imagens da série “This is Us” |
O casal resolve adotar Randall, um bebê que nasceu no mesmo dia e foi abandonado por seu pai biológico. Os bombeiros o levaram ao mesmo hospital onde os gêmeos nasceram. Pelo pouco que assisti, a trama mostra um pouco desse processo de luto e adoção no desenrolar dos anos que seguiram.
Fiquei imaginando o desafio que é viver um luto e um nascimento ao mesmo tempo, e nos cuidados que devemos ter com o casal e especialmente a mulher que vive esse momento tão complexo.
Em muitos casos, a mãe segue a gestação mesmo sabendo que um de seus bebês está sem vida, para que o outro permaneça se desenvolvendo, como no caso da gestação de Patricia, que esperava Álvaro e Caio. Caio viveu até as 34 semanas de gestação e Álvaro seguiu até as 36 semanas. A história foi relatada nessa reportagem da Globo Minas Gerais.
Já Carollina, seguiu sua gestação por mais 3 semanas após a morte de um dos gêmeos. Eles nasceram de parto normal na 35ª semana de gestação, conforme essa reportagem da UOL.
Esse guia busca orientar os profissionais de saúde nos casos em de perda na gestação gemelar.
Segundo o guia, há “
uma série de
comportamentos e ações positivas, que podem ser adotadas pela equipe e que os
pais consideraram úteis:
1. Reconhecer a gemelaridade
Os pais gostam quando a equipe reconhece que o bebê é um gemelar
sobrevivente.
2. Reconhecer a perda
Os pais valorizam a oportunidade de conversar sobre essa perda.
3. Oferecer apoio emocional
A empatia da equipe é muito importante para pais que perdem um gemelar.
4. Oferecer informações adequadas
É importante que os pais tenham acesso a informações de forma continuada.
5. Oferecer continuidade
Os pais valorizam o fato de poderem continuar sendo acompanhados pelos
profissionais que já conhecem.
6. Oferecer memórias
Os pais acham reconfortante guardar lembranças de ambos os bebês.
7. Remanejar leitos com sensibilidade
Pode ser muito difícil para pais que perderam um gemelar ficarem na mesma
sala que outros gêmeos.
8. Preparar os pais para a alta hospitalar
Os pais consideram a alta do gemelar sobrevivente um momento difícil.”
Fonte: https://www.neonatalbutterflyproject.org/wp-content/uploads/2017/08/Butterfly_guidlines_Portuguese.pdf
A ONG Lone Twin Network é um grupo de apoio voluntário dirigido por e para gêmeos sem gêmeos, maiores de 18 anos, cuja perda ocorreu no nascimento ou próximo a ela, na infância ou na idade adulta.
O grupo é sediado no Reino Unido, mas tem muitos membros de todo o mundo.
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