Que todas possam viver uma maternagem FELIZ!

Por Raquel Menezes

Nessa semana lemos MUITO sobre maternidade. Alguns textos
falam sobre a magia e a natureza divina das mães. Romantizam o acúmulo de
responsabilidades e dizem que temos super poderes. Em alguns grupos de
facebook, muitas mulheres falam apenas sobre a exaustão, o cansaço, as dores.
Falam como se sentem incomodadas com a maioria das campanhas de “Dia das Mães”.

A maternagem é leve ou pesada? É mágica ou cansativa?

É tudo junto, ao mesmo tempo.

E afinal, somos super poderosas?

Além de gestar, parir, amamentar, acredito que os pais
também são capazes de qualquer outra coisa, mas não são histórica e socialmente
programados para isso. Então sim, acumulamos tarefas e mais do que isso,
ORGANIZAMOS e nos responsabilizamos pelas tarefas e por sua execução. O pai
também pode ter a maioria dos “super poderes”.

Existe intuição materna?

Sim, mas nem sempre. Há uma conexão intensa com nossos
filhos, mas nem sempre vamos saber intuitivamente o que é melhor. Quem dera ter
todas as respostas. Quem dera ser sempre mágico e intuitivo. As dúvidas vêm com
toda força, desde uma decisão de rotina (faço a janta ou compro pronta? Sopa ou
sanduíche?), como uma decisão mais complexa (castigo ou conversa? Deixar em
casa ou matricular na creche? Fazer ou não a cirurgia?).

Esses dias vi algumas mulheres revoltadas em um post de Bela
Gil, por ela dizer que o puerpério era uma fase fantástica.

As dificuldades e dores da maternagem começam na gestação e
nos acompanham até partimos desse plano, eu imagino.

Mas existem puerpérios plenos e felizes, sim. Mesmo com todo
o cansaço e dificuldade (física e emocional), muitas sentem no puerpério uma
força sublime, plena, mágica. Momento de total amor e vitalidade, uma
felicidade que transborda. Um sentimento inexplicável e incomparável. Gerar um
ser humano é absolutamente intenso.

Muitas mulheres AMAM a maioria das coisas que envolvem a
maternidade. Sim, acredito que a maioria. Eu AMO ser mãe. AMO. Mas não tudo. E
se querem saber, desconheço quem AME todas as partes do processo. Ou você não
curte gestar, ou não curte colocar pra dormir, ou não gostou de amamentar. Às
vezes você simplesmente não consegue passar as noites em claro ou acha um saco
ter que acompanhar o dever de casa. Desconheço quem AME o pacote inteirinho. (E cabe questionar o que é esse pacote materno). E
sim, TODAS nos cansamos. Pobres e ricas. Cada uma tem sua cruz, suas
dificuldades (financeiras, emocionais, de saúde etc).

E a magia? Ah, ela existe. Mas com toda certeza existe,
desde a gestação. Se eu já quase enlouqueci ou já adoeci de cansaço, também já
vivi momentos de plenitude, de AMOR, de magia. No parto, amamentando, nas
pequenas descobertas. Nos primeiros passos, em um simples abraço, em palavras
(quando estão mais velhos). Nas histórias que eles nos contam antes de dormir,
em cada olhar. É intenso, é AMOR. E quando a
gente se permite sentir, é INTENSO e transformador.

Que todas as mães sejam abençoadas, hoje e sempre. Que haja
conforto e segurança em suas famílias.

Um ótimo domingo para todas nós!