Esse roteiro é um passeio gostoso e fresquinho que te leva aos pontos turísticos e além: você vai viver Brasília, especialmente o plano piloto. Pode estacionar ou descer em qualquer quadra: 107, 307, 108 ou 308 sul.
Aqui vai uma sugestão para quem vai de carro ou ônibus:
Carro: Estacione na SQS 308, perto da W2 (bloco I, por exemplo, costuma ter vagas na sombra)
Ônibus: desça na EQS 307/308, ou avise ao cobrador que quer descer no Espaço Cultural Renato Russo.
É por aí que vamos começar!
Marina no Espaço Cultural Renato Russo.
1. O Espaço Cultural tem galeria de artes, gibiteca, teatro e salas para cursos, oficinas e workshops, inclusive para crianças. Consulte a programação aqui.
2. Em seguida, explore a superquadra modelo de Brasília, enquanto explica a sua concepção para as crianças. A 308 sul é uma referência para o projeto urbanístico de Brasília, devido à sua concepção arquitetônica e projeto paisagístico assinado por Burle Marx. Os prédios residenciais foram projetados por Marcelo Campello, Sérgio Rocha, José Ricardo Abreu e Luiz Acioli.
“A proposta de Brasília mudou a imagem de ‘morar em
apartamento’, e isto porque morar em apartamento na
superquadra significa dispor de chão livre e gramados
generosos contíguos à “casa”, numa escala que um lote
individual normal não tem possibilidade de oferecer.”
Lucio Costa, em Brasília revisitada,
1985-1987: complementação, preservação,
adensamento e expansão urbana (1989)
Que tal falar sobre o pilotis livre? É uma característica importante do projeto de Lúcio Costa para o plano piloto. Mostre como o térreo é livre, permitindo a circulação de todos os pedestres. A vista também é livre, para que possamos visualizar o espaço verde, as pessoas e os demais blocos (prédios). E a melhor parte é o incrível conforto térmico: é no pilotis que nos refrescamos nos dias de muito calor. Experiências sensoriais fortalecem a memorização do conteúdo explicado. O mais importante é que a criança brinque, circule, experimente, se divirta livremente.
E se você curte história e arquitetura, vai gostar de saber que Lúcio Costa projetou a superquadra como um pátio interno, com parquinhos e área verde no centro, para que até os moradores do andar mais alto (o sexto) conseguissem visualizar e chamar as crianças.
“Creio que houve sabedoria nessa concepção: todos os prédios soltos do chão sobre pilotis, no gabarito médio das cidades europeias
tradicionais – antes do elevador –, harmoniosas, humanas, tudo
relacionado com a vida cotidiana; as crianças brincando à vontade
ao alcance do chamado das mães…” (Costa, 1995)
3. Caminhando em direção à 108, você vai passar pela Biblioteca e pelo CAT – Centro de Atendimento ao Turista, até chegar na entrada da quadra, onde há duas árvores ficus imensas, que merecem uma visita especial. As árvores foram plantadas nos primeiros anos da capital, em setembro de 1963, pelo primeiro jornaleiro da cidade, Lourivaldo Soares Marques. Atrás das árvores, a primeira banca de Brasília, inaugurada e administrada pelo Sr. Lourivaldo.
4. Saindo desse portal incrível, você vai ver a famosa Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, um importante ponto turístico da cidade. Projetada por Oscar Niemeyer, a igreja foi construída em 1958, antes mesmo da inauguração oficial de Brasília, em 1960.
Com um design modernista único, a Igrejinha se destaca por suas curvas suaves e linhas sinuosas, características marcantes do estilo arquitetônico de Niemeyer.
Além de sua arquitetura impressionante, a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima desempenha um papel significativo na vida espiritual da comunidade local. A igreja é dedicada à Nossa Senhora de Fátima, uma figura importante na fé católica, e recebe fiéis de todas as partes para celebrações religiosas e eventos especiais.
Ao redor da igreja, há um pequeno espaço ajardinado, projetado por Burle Marx, que complementa a beleza da estrutura arquitetônica e oferece um local tranquilo para contemplação e reflexão.
Azulejos de Athos Bulcão
5. Depois da caminhada, vocês devem estar com uma fome daquelas! É hora de fazer uma pausa para o lanche ou almoço. Se você seguir pela 307 sul, vai encontrar a Rossoni, Carne do Sol e Pastelaria. É ao ar livre, em um local bem arborizado e fresquinho, com brinquedoteca e parquinho. Ideal para sentar e relaxar um pouco enquanto as crianças se divertem.
Os pontos turísticos mencionados são vivos na rotina dos moradores e trabalhadores da região. A Igrejinha tem missas diárias, celebra batismos e casamentos e segue a programação da Igreja Católica, fazendo parte da Paróquia Nossa Senhora de Fátima.
O Espaço Cultural também é frequentado por moradores e era um dos meus pontos de encontro com os amigos na década de 90. A região que reúne tantos espaços importantes para nossa história, cultura e arquitetura é também parte da história da minha família pois moramos na 310, uma quadra bem próxima. Caminhava por todos esses lugares em minha adolescência.
Meu sogro morou na 108 justamente na década de 60. Além de frequentar a primeira banca de jornal da capital, trabalhou com o sr. Lourivaldo. Anos mais tarde, foi a vez da família de meu irmão, quando a Ficus já estava grande e majestosa, fazendo parte da infância e rotina de meus sobrinhos.
Aqui, procurei trazer um olhar de turista, turismóloga e hoje moradora de outra região administrativa. Especialmente para quem visita a cidade ou mora em outra RA e busca uma programação divertida e cultural com as crianças no plano.
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